quinta-feira, janeiro 11, 2007

Serra cobra Lula, mas SP também fez corte


São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007 - FOLHA DE S. PAULO - COTIDIANO

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos Jornais e emissoras de radio e tv enalteceram o discurso do Governador José Serra na sua posse em 01/01/2007.
O discurso de um estadista, discurso de uma oposição consistente e gabaritada, relatava a mídia em seus comentários e reportagens. Mas... a realidade é outra leia a reportagem:

“Em 2006 -ano em que São Paulo viveu sua pior crise de segurança pública com a série de ataques da facção criminosa PCC -o governo estadual cortou cerca de R$ 78 milhões em investimentos para o setor -22,6% do total.
Durante a reunião no Rio de Janeiro entre os governadores do Sudeste, anteontem, José Serra (PSDB-SP) criticou o governo Lula justamente pelo contingenciamento (bloqueio) de repasses de verbas para a segurança dos Estados.
Segundo dados do Sigeo (Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária), o governo dos aliados de Serra -Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo- liquidou 77,4% dos R$ 346,2 milhões aprovados no Orçamento para investimentos em 2006 em segurança.
Liquidar, no jargão técnico, significa reconhecer despesas de obras e serviços realizados.
Esses valores incluem as pastas da Segurança Pública e Administração Penitenciária. A primeira havia liquidado R$ 191,7 milhões (92,3%) dos R$ 207,6 milhões e, a segunda, R$ 76,3 milhões (55%) dos R$ 138,6 milhões do Orçamento.
Como o Estado ainda não tem o número fechado dos valores efetivamente gastos, as informações do Sigeo podem sofrer pequenas alterações -reduzindo o valor de corte-, mas o próprio ex-governador Cláudio Lembo (PFL) confirma que os investimentos ficaram abaixo do previsto.

Lembo
O ex-governador elenca dois fatores fundamentais para explicar a situação: a falta de projetos das secretarias e, principalmente, o Orçamento supervalorizado que diz ter herdado de Alckmin (PSDB) -a equipe do tucano sempre negou ter havido a tal supervalorização.
"Não esqueça nunca que o Orçamento foi muito superavaliado. Foi o grande problema que nós tivemos. Tecnicamente eles pegaram uma inflação que não aconteceu, colocaram repasses federais que não iam acontecer, e assim foi."
Quando assumiu o governo no início do ano passado, após Alckmin renunciar ao cargo para concorrer à Presidência, Lembo suspendeu todos os gastos de todas as pastas, excluindo Saúde e Educação, devido a problemas financeiros estimados em R$ 1,2 bilhão.
O Orçamento total do governo foi de R$ 81,3 milhões.
Como exemplo de falta de projetos das pastas da sua administração, o pefelista cita as verbas do governo federal que deveriam ter sido utilizadas para a construção de um CDP (Centro de Detenção Provisória) em Santos, mas acabaram em Minas Gerais -justamente porque São Paulo não apresentou projetos.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública da gestão Serra diz que os investimentos da pasta devem chegar perto do orçado quando as contas forem
efetivamente fechadas -faltariam computar gastos com rádios adquiridos, no ano passado, mas que ainda não foram entregues.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária, com corte de R$ 62,3 milhões nos investimentos, alegou que isso pode ter ocorrido porque algumas obras não foram concluídas.
Serra foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa, mas até o fechamento da edição ele não havia se manifestado. A reportagem encaminhou a planilha com os números do Sigeo”.


Frase

"Não esqueça que o Orçamento foi superavaliado. Foi o grande problema que tivemos. Tecnicamente eles pegaram uma inflação que não aconteceu, colocaram repasses federais que não iam acontecer" CLÁUDIO LEMBO



E tem mais, no próximo blog a Educação...

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